domingo, 4 de janeiro de 2009
O ANO NOVO
Nada tirou tanto o sono de Alice quanto seus pensamentos competindo com roncos e grilos na escuridão de um quarto com beliches. Pensamentos que, se ela contasse a alguém, tapariam com as mãos a paciência dedicada nesses dois anos. Encheram-se. Não há mesmo o que se fazer. Ela sabe. Só sonhar. Acordada. Inverter o pesadelo da crueldade em que vive. E ao inverter, ao sorrir cada vez que o retrato sobrevoou seu travesseiro nessas noites, chegou a uma conclusão. Alice vai aprender a acariciar esbarros com gentileza e distância. Daqui pra frente. Ou só neste ano. Uma experiência que, quem sabe, consiga lapidar tanta intensidade quando ouve certos passos preenchendo o corredor.
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